Com mais de 15 anos de atuação profissional nas áreas clínica e pedagógica, a especialista em dislexia Sheila Leal é idealizadora do Projeto Filhos Brilhantes, que produz conteúdo especializado em desenvolvimento infantil. Questionada sobre a dislexia, que atinge 4% da população brasileira conforme uma pesquisa do Instituto ABCD, Sheila explica que este transtorno de aprendizagem não tem cura, mas quanto mais cedo for detectado, melhor poderá ser trabalhado pelos estímulos corretos, que vão diminuir os reflexos no processo escolar. “Existem vários tipos de dislexia, bem como diversos graus”, explica a especialista, que lembra que é possível dar um diagnóstico após dois anos do início do processo de alfabetização.
A especialista alerta que a aquisição tardia da fala, dificuldades motoras e de memorização das cores, por exemplo, são elementos a serem observados até mesmo antes do processo de alfabetização. “Problemas em guardar o nome dos objetos e dificuldade em aprender a cantar músicas reforçam algumas suspeitas”, destaca, alertando que o diagnóstico completo só é possível com uma equipe multidisciplinar, que inclui neuropediatra, fonoaudiólogo, neuropsicólogo e psicopedagogo. “A forma ideal de encarar a dislexia é identificar as potencialidades da criança, para valorizar o que é positivo”, explica Sheila, que lista cinco brincadeiras que podem ser utilizadas para identificar uma possível dislexia.
1. Cante
2. Brinque com números
3. Desenhe
4. Brinque de forca
5. Brinque de rima
ALERTA
Além das brincadeiras, Sheila indica uma prática importante para verificar como está o desenvolvimento das crianças de na faixa dos 6 aos 8 anos: fazer uma lista de supermercado com os itens que devem ser comprados – mesmo que seja apenas em forma de desenhos ou as letras iniciais – e que depois as compras sejam feitas em conjunto. “Peça que seu filho te ajude a encontrar os itens da lista”.
Por fim, a especialista adverte que os pais não devem rotular os filhos, nem com o diagnóstico dos profissionais, e jamais chamá-los de preguiçosos ou outro adjetivo semelhante. “Ao fazer isso, o sentimento negativo é enraizado, afetando a autoestima e prejudicando ainda mais o processo de leitura e escrita”, conclui.