Durante a gravidez é frequente surgirem variados medos, principalmente nas mães de primeira viagem. Alterações hormonais e físicas, somadas às incertezas naturais destes nove meses, deixam aflitas as que querem tudo perfeito. Fundamentados em diferentes fatores, encontram acalento na compreensão e acolhimento familiar, essencial nessa fase da vida.
O obstetra Paulo Nowak, membro da Associação de Ginecologia e Obstetrícia do Estado de São Paulo (SOGESP), lista os cinco principais receios dessas mulheres: “o primeiro deles, sem dúvida, é o de sofrer um aborto espontâneo – terror comum em dez entre dez gestantes. Logo após está o de o bebê não ser perfeito; seguido do medo do parto e fatores associados a ele. Elas temem por não saberem cuidar dos filhos após o nascimento, além de alterações em seu corpo e sequelas futuras”.
Busca por informação
Segundo o obstetra, compartilhar informações e relatos com outras mulheres trazem tranquilidade, mas dependendo do conteúdo dos relatos, pode ter um efeito oposto, aumentado a ansiedade e os medos da gestante. A alimentação de mitos só prejudica a saúde psicológica.
“Na maioria das vezes, a busca por informações e esclarecimento de dúvidas, seja por literatura específica, blogs, internet ou com o obstetra já é de grande valia. Exames realizados durante o pré-natal, principalmente as ultrassonografias, também vão ter um importante papel na diminuição dos medos. Percebendo que tudo está correndo bem, a formação do feto é normal e a gravidez evolui adequadamente, ela se sente mais segura”, ressalta o médico.
Quando se torna um problema
Para lidar com esse problema é indicada a prática de atividade física, como natação, caminhadas e hidroginástica – não se recomenda iniciar exercícios intensos. Dedicar um tempo do dia para si, desabafar e fazer terapia são outras ações que podem aliviar.
Apoio familiar
O papel do companheiro é muito importante no controle e diminuição dos medos. Apenas ouvir o que aflige a parceira, e compartilhar seus próprios medos, mostrando que também tem receios, já é uma enorme ajuda. “Notar que o parceiro está presente, interessado e também compartilha as dúvidas associadas ao futuro, diminui muito o estresse. Se ajudá-la a buscar informações e tranquilizá-la sobre coisas infundadas, esse efeito será ainda maior”, conclui o especialista.